As causas podem ser múltiplas e manifestar-se através de sintomas físicos, emocionais e/ou comportamentais. Por exemplo, a mudança de escola, a separação dos pais ou a morte de algum ente querido, entre outros, podem ser fatores desencadeadores de um quadro de ansiedade.

Trata-se de uma emoção natural diante de situações desafiantes ou perigosas. Em alguns casos, todavia, há crianças que, sem qualquer razão identificada, ou qualquer risco iminente, apresentam um quadro de ansiedade extremo que tende a agravar-se se não for atempadamente ajudada.

O diagnóstico nem sempre é fácil. As crianças podem não saber verbalizar as suas emoções e, por isso, os pais devem estar atentos aos seus comportamentos diários e ao surgimento de eventuais medos ou outras alterações. Alguns destes sintomas são típicos da idade mas, quando não são superados, podem mesmo conduzir a um transtorno de ansiedade que, não raras vezes, implica angústia, sensação de falta de controlo, inquietação, tensão e perturbação do humor.

Sinais físicos de ansiedade

  • Tensão muscular;
  • Dificuldades em respirar de forma controlada;
  • Dificuldades em adormecer e em manter uma noite prolongada de sono;
  • Dores de cabeça e de estômago frequentes, sem nenhuma patologia associada;
  • Inquietude, nervosismo, distração, hiperatividade (mesmo sem PHDA);
  • Tremores e suores em momentos de stress.

Sinais emocionais de ansiedade

  • Choro regular;
  • Sensibilidade extrema;
  • Alterações de humor sem razão clara;
  • Medo de errar;
  • Ataques de pânico;
  • Preocupações excessivas com objetivos a alcançar a longo prazo;
  • Pesadelos frequentes;
  • Dificuldades de concentração;
  • Diminuição da autoestima.

Sinais comportamentais de ansiedade

  • Recusa ir à escola;
  • Afastamento dos colegas durante o recreio e hora de almoço;
  • Evita eventos sociais, festas de aniversário e atividades extracurriculares;
  • Birras frequentes;
  • Procura sempre a aprovação dos pais, professores e amigos;
  • Preocupação e silêncio quando desafiada a trabalhar com terceiros;
  • Afirma incapacidade para realizar algumas tarefas, sem nenhuma razão;
  • Recusa em usar casas de banho públicas e de, por exemplo, comer na escola;
  • Pergunta "e se?" constantemente ("E se um terramoto acontecesse?").

Como pode ajudar

Compreender o que está a causar a ansiedade é o primeiro passo para ajudar. Analise mais de perto o comportamento e procure identificar padrões. Nunca desvalorize os sentimentos da criança - mantenha sempre aberta a porta do diálogo. Os sintomas mais comuns de ansiedade em crianças são idênticos aos dos adultos.  O que os pode distinguir é a forma como se manifestam. E quando essa ansiedade se manifesta de forma regular, excessiva, impedindo-as de participar em diversas atividades e de viver a sua vida de forma normal, devem ser acompanhadas por um especialista.