Vimos no texto sobre as "10 características dos psicopatas" que a maioria não chegará a matar, mas destruirá a vítima a todos os níveis, através da sedução, da compra, da manipulação ou da anulação. Tudo isto com zero remorosos, zero culpabilidade, zero empatia.

Partem de uma lógica que os caracteriza como parasitas progressivos, que vão destruindo aos poucos aqueles que estão a usar, a explorar, seja do ponto de vista social, económico, sexual e/ou emocional.

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Iñaki Piñuel, conhecido autor nestas matérias, alerta que a pessoa com quem se partilha a vida pode ser um psicopata normalizado, ou integrado, sem que exista suspeita. Nestes casos, o seu marido, a sua mulher, o seu parceiro, a sua parceira psicopata podem ser uma das realidades mais insuspeitadas que se tornará uma revelação traumática com severo impacto na sua vida.

Um aspeto em comum entre os psicopatas criminosos, que atingem cerca de 80% dos presos reincidentes, e os psicopatas integrados na sociedade é o facto de ambos serem megalómanos, possuírem um marcado egocentrismo e uma tendência para endeusar-se, num registo narcísico extremo e maligno.

Com a mesma cautela de que uma árvore não faz a floresta, este artigo constitui um auxílio na identificação de psicopatas integrados que se ocultam em relações amorosas, tornando-as uma tortura causadora de sofrimento psicológico atroz, que dificulta a libertação.

Destacam-se como possíveis sinais de alerta para uma identificação atempada:

1. Simpatia e encanto superficiais.

2. Rapidamente se intitulam como almas gémeas.

3. Atração emocional e sexual envolvente.

4. Bombardeamento inicial de comportamentos sedutores.

5. A culpa é sempre sua, ou de terceiros, ignorando qualquer responsabilidade pessoal.

6. Mentiras frequentes e/ou lapsos de informação naquilo que contam.

7. Olhar dominante, ou olhar frio, vazio, sem alma.

8. Procura viver rapidamente consigo.

9. Arrogância, orgulho e dominação, resvalando para a raiva e agressividade se não leva a melhor.

10. Aborrece-se facilmente, não mantendo a perseverança no trabalho, nas tarefas e nas relações.

11. Cenas teatrais sem conteúdo emocional efetivo, vulgo lágrimas de crocodilo, com ausência significativa de empatia.

12. Estilo manipulatório, levando a que os outros façam o que pretende.

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Desta forma, apesar de o(a) psicopata abusar de si, manipular, maltratar e/ou defraudar, acaba por desculpabilizar, desvalorizar e perdoar. As inúmeras mensagens no seu Facebook ou WhatsApp com carácter positivo e elogioso sobre si, levam-no(a) a baixar as defesas. Como regista tudo aquilo que diz para depois lhe devolver, acaba por se declarar como soul mate ou alma gémea, pois são iguais e idênticos. Num ápice, irá viver para sua casa, ou propor-lhe que vivam juntos ou se mudem para outro local. Pelo meio, as iniciais oportunidades de sexo intenso e repetido tornam-se, de repente, em desinteresse e frieza acompanhada por comentários abertamente depreciativos.

Pela importância que assumem na atualidade, alerte-se que normalmente usam as redes sociais para provocar o seu ciúme, a sua insegurança na relação através da interação com outras pessoas, com publicações ambíguas ou vídeos com duplo sentido. Quando questionado, alega inocência e acusa-o(a) da sua hipersensibilidade, instabilidade, paranoia ou ciúmes irracionais.

Habitualmente, as vítimas destes psicopatas integrados são pessoas bondosas, ingénuas, generosas, sempre dispostas a perdoar, a esquecer e a recomeçar, tornando-se num alvo fácil para um estilo manipulador tóxico, sedutor e encantador. São pessoas que vão atrás do sonho de amor eterno e incondicional que é apresentado pelo(a) psicopata.

Veja na TV

Aproveite a programação especial sobre serial killers do canal Crime + Investigation, primeiro canal em Portugal dedicado à investigação de crimes reais, durante o mês de novembro, aos sábados e aos domingos, com vista a aprofundar as mentes de 25 assassinos e a perceber como os traços psicopáticos estavam presentes.

Paul Babiak, psicólogo com trabalho publicado na área da psicopatia, avança algumas advertências que podem ser úteis para se defender de um psicopata.

Conselhos:

- Pedir opinião a outras pessoas, pois amigos, familiares e conhecidos tendem a ter outra perspetiva sobre o que está a acontecer.

- Prestar atenção ao que o(a) psicopata faz e não ao que diz, pois, as suas palavras carregam manipulação ou mentira.

- Nunca disponibilizar passwords ou códigos de acesso.

- Fazer um diário pormenorizado de tudo o que acontece e pedir ajuda.

Se reconhece estar, ou ter estado, numa relação íntima com características iguais ou semelhantes às que foram partilhadas, procure acompanhamento especializado, pois compreender o que está a acontecer, ou lhe aconteceu, é o princípio da recuperação. Permita-se a reparar a destruição emocional por que passou.

As explicações são de Mauro Paulino, Psicólogo Clínico e Forense, Coordenador da Mind – Psicologia Clínica e Forense, em parceria com o Crime + Investigation.