Em 2017, 46 jovens com idades entre os 12 e os 24 anos atentaram contra a própria vida, mais 15 do que no ano anterior, ou seja, um aumento de 48%.
A taxa de mortalidade por suicídio atingiu assim o valor mais alto da última década, noticia esta quinta-feira, Dia Mundial da Saúde Mental, o "Jornal de Notícias".
Foram 4,1 óbitos por lesões autoprovocadas intencionalmente por cada 100 mil habitantes, precisamente a mesma taxa registada em 2009. Se somarmos uma taxa de 0,1 na faixa etária dos 5 aos 14 anos, esta será a mais alta taxa entre 2017 e 2007, de acordo com os dados mais recentes do Instituto Nacional de Estatística (INE).
Ao Jornal de Notícias, especialistas pedem cautela na leitura dos números e alertam para a urgência de uma maior resposta na área da saúde mental infantil e juvenil.
"Comentários à incidência de suicídio têm de ter em conta que os números absolutos são sempre pequenos", frisou Fausto Amaro, presidente da Sociedade Portuguesa de Suicidologia.
As causas "são múltiplas, numa idade em que há mais probabilidade de incerteza, insegurança", diz.
São as pessoas mais próximas do indivíduo, como familiares e amigos, que têm um papel fulcral na identificação de sinais indicadores da presença de fatores de risco para comportamentos suicidários.
Homens em maior risco
Dos 46 jovens que morreram em 2017, 75% eram rapazes, um dado que vai ao encontro da literatura científica que indica que existe uma maior probabilidade de suicídio por parte do homem. Essa probabilidade é três vezes superior à da mulher.
A morte auto-infligida é responsável por cerca de 800 mil perdas de vidas humanas a cada ano em todo o mundo, ou seja, o suicídio mata mais do que o cancro da mama, a malária, a guerra ou os homicídios.
Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), nos últimos anos o suicídio tem aumentado entre os mais jovens, sendo que na faixa etária entre os 15 e os 29 anos esta é, a seguir aos acidentes rodoviários, a segunda principal causa de morte.
Quando analisada a faixa de jovens até aos 19 anos, o suicídio passa a surgir em terceiro lugar nas causas de morte, após os acidentes de viação e apenas ligeiramente abaixo das mortes causadas por violência interpessoal.
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