"Menti durante muito tempo porque a sociedade não estava preparada para escutar o que eu tinha a dizer", contou o campeão mundial em 1998, de 46 anos, numa entrevista ao podcast "The Diary of a CEO", que foi para o ar esta segunda-feira.
O maior artilheiro da história do Arsenal, Henry afirma que esse problema o acompanhou durante os anos que brilhava nos relvados, sem ter plena consciência disso.
"Ao longo da minha carreira, e desde que nasci, devo ter tido depressão", declarou. "Sabia disso? Não. Fiz algo para remediar? Não. Mas adaptei-me a um certo modo de vida".
"É preciso colocar um pé à frente, depois o outro e andar. Foi o que me disseram desde muito jovem", explica. "Nunca deixei de andar", exceto durante a pandemia de COVID-19, quando "já não podia mais", o que o fez "começar a compreender" o que estava a acontecer.
Henry aposentou-se como jogador em 2014. Quando chegou a pandemia, estava no Canadá, longe dos seus filhos, que estavam na Europa.
Esteve confinado no Canadá "durante um ano", nos piores meses da crise sanitária, quando era técnico do Montreal Impact.
"Chorava quase todos os dias, sem motivo", afirma. "As lágrimas vinham do nada. Por quê? Não sei, mas talvez estivessem lá há muito tempo", respondeu.
Henry também falou que essa fragilidade mental pode ter vindo da infância, com a busca constante pela aprovação do seu pai, que frequentemente criticava o seu desempenho em campo.
Essa presença paterna "ajudou de certa forma o atleta", mas "não ajudou tanto o ser humano", concluiu.
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