Desde a antiguidade clássica, é na região mediterrânica, conhecida pela sua famosa dieta, integrada na lista do Património Imaterial da UNESCO em 2013, que podemos encontrar as mais variadas e distintas plantas aromáticas usadas para fins alimentares, como é o caso do alecrim, do cebolinho, dos coentro, da hortelã, do louro, do orégão e do tomilho, apesar de também se conseguir encontrar alguns deles em muitas partes do mundo. Não é por acaso que estas fazem parte da popular dieta mediterrânica.
Ao incrementarem o sabor, o aroma, a cor e a composição nutricional dos pratos confecionados, das saladas e das bebidas a que são adicionadas, as plantas aromáticas desempenham um papel fundamental enquanto elemento representativo da cultura local. Além disso, a utilização de plantas aromáticas é uma ótima estratégia para reduzir o sal na alimentação. Uma outra forma de evitar o uso do sal é recorrer à salicórnia, que, apesar de não ser uma planta aromática, é uma planta de utilização culinária.
Também conhecida como sal verde, a salicórnia pode ser utilizada, em complemento das oito que lhe indicamos de seguida, para temperar alguns dos pratos que confeciona em casa nesta e noutras alturas do ano. Em tempo de férias, deixamos-lhe aqui várias sugestões de utilização de ervas aromáticas, para as suas refeições. Combinações perfeitas para um verão com (ainda) mais sabor que recorrem a ingredientes por vezes esquecidos, apesar de os poder cultivar facilmente em casa para ter sempre à mão.
1. Alecrim
O Rosmarinus officinalis L, nome científico, pertence à família das Lamiaceae e é originário da região mediterrânica. Gosta de sol direto e pode ser cultivado em qualquer tipo de solo, desde que seja bem drenado e as regas devem ser moderadas. Pode atingir até 1,5 metros de altura. De colheira anual, as suas folhas podem ser consumidas frescas ou secas. Para um sabor mais intenso, opte por cortar raminhos jovens, antes da sua floração. Use-os em infusões, em pratos de carne, em massas, em queijos e em saladas.
2. Cebolinho
Cientificamente conhecido como Allium Schoenoprasum L, pertence à família das Liliaceae e tem origem na Eurásia. A sua altura pode ir de 15 a 30 centímetros e é uma espécie muito fácil de cultivar. Precisa de plena exposição ao sol e de solos ligeiros bem drenados, sendo possível semeá-lo e colhê-lo em qualquer altura do ano. Tanto as flores como as folhas podem ser consumidas frescas ou secas. As folhas quando frescas têm um suave sabor a cebola. Fica muito bem em molhos, com ovos, peixes e saladas e nas sopas.
3. Coentro
Os Coriandrum Sativum L, os famosos coentros, pertencentes à família das Apiaceae, são originários da região mediterrânica e do ocidente asiático. Com uma altura que pode chegar até aos 70 centímetros, esta é uma planta aromática muito fácil de cultivar em casa. Gosta de uma plena exposição ao sol e de solos bem drenados. Pode ser colhida durante todo o ano. As folhas, os caules e as sementes, que podem ser consumidos frescos ou secos, combinam na perfeição com saladas, marisco, arroz, massas e sopas.
4. Hortelã
A Mentha spicata L, vulgarmente conhecida como hortelã, é da família das Lamiaceae. Originária do centro e do sul da Europa, tem uma estrutura que pode ir dos 30 centímetros até um metro de altura. Gosta de ser exposta a zonas soalheiras ou de meia-sombra e aprecia regas frequentes, uma vez que não tolera secura. Deve ser colhida té ao início da floração e as folhas, com aroma e sabor a mentol, podem ser consumidas frescas ou secas em sumos, limonadas, coqueteles, tisanas, sopas, saladas e sobremesas.
5. Manjericão
O manjericão, Ocimum basilicum L de seu nome científico, pertence, também, à família das Lamiaceae e tem no Médio Oriente, até ao Irão, a sua origem. É uma planta que pode ir dos 15 centímetros até um metro de altura e que gosta de sol pleno e solos ligeiros e sempre húmidos, mas bem drenados. Pode colher-se de maio a setembro e as suas folhas podem ser consumidas frescas ou secas. Com um aroma muito característico, pode ser adicionado a saladas, molhos, massas, pizas, limonadas, sumos e, também, coqueteles.
6. Orégão
Os Origanum vulgare L, os comuns orégãos, tão utilizados na culinária portuguesa, são da família das Lamiaceae e oriundos de quase toda a Europa até à Ásia Central. Os seus pés podem atingir até cerca de 90 centímetros e gostam de ser cultivados em solos leves, soltos, férteis e bem drenados, com sol pleno. A sua colheita deve fazer-se entre junho e outubro.
Nessa altura, antes do início da floração, devem cortar-se as hastes e deixá-las secar num lugar seco. Quando secas, devem-se guardar numa caixa hermética. Tanto as folhas como os caules podem ser consumidos frescos ou secos, sendo estes os mais utilizados em muitos lares portugueses. São ótimos para aromatizar pizas, massas, saladas, queijos, carne e peixe.
7. Louro
O louro, Laurus nobilis L no seu nome científico, pertence à família das Lauraceae e tem origem na região mediterrânica. Em árvore ou em arbusto pode alcançar até 15 metros de altura. Gosta de meia-sombra e de solos húmidos, soltos e férteis, que requerem regas durante a estação seca. Pode colher-se durante todo o ano mas, para serem consumidas secas, as folhas são apanhadas no verão e no outono. Fresco ou seco, pode ser usado para temperar pratos de carnes ou de peixe, incluindo caldeiradas, guisados e estufados.
8. Tomilho
O tomilho, Thymus vulgaris L como os cientistas o denominaram, pertence à família das Lamiaceae e é, também ele, originário da região mediterrânica. Podendo atingir os 60 centímetros de altura, gosta de zonas com sol pleno. Como planta rústica que é, cresce em qualquer tipo de solo, desde que bem drenado. Pode ser colhido durante todo o ano mas, durante a floração, torna-se mais aromático. As folhas podem ser consumidas frescas ou secas e são muito usadas no tempero de pratos de carne e também de peixe.
Texto: Ana Luisa Soares e Ana Raquel Cunha com colaboração de Teresa Vasconcelos
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