Todas as gravidezes são únicas e vividas de forma diferente por cada mulher e por cada casal. Se é verdade que para muitos casais a gravidez é um ‘estado de graça’, cheio de pozinhos mágicos e tons cor-de-rosa, também é verdade que para muitos outros, a gravidez tem muito pouco de ‘estado de graça’ e é muitas vezes acinzentada.
E, para estes últimos, torna-se muitas vezes difícil sentirem que ao não viverem a gravidez com toda a perfeição que a sociedade exige, estão - naturalmente! - a falhar!
Falhar é um dos maiores medos dos pais, seja qual for a fase de vida dos filhos. E, viver uma gravidez com o peso da culpa e com a sensação de estar a falhar é absolutamente angustiante e solitário para os pais, torna todo o processo da gravidez menos fluído e menos positivo.
Por isso, é absolutamente essencial que todos possamos olhar para a gravidez e aceitá-la com todos os tons que ela pode ter, normalizando as gravidezes mais felizes, as gravidezes mais atribuladas e até as mais tristes ou mais solitárias.
Nunca nos esquecendo que seja a gravidez de que tipo for, implica sempre um turbilhão de emoções e essas emoções devem sempre encontrar um lugar para se expressar e para serem ouvidas e integradas por parte do casal.
Porque nenhuma gravidez por mais perfeita que seja, é - permanentemente - um ‘estado de graça’, nem nenhuma gravidez, por mais dificil que seja é - permanentemente - um cenário negro.
E de oscilação emocional em oscilação emocional, a verdade é que só quando um casal poder livremente expressar todos os tons que uma gravidez pode ter dos mais cor-de-rosa aos mais cinzentos, poderemos, por fim, falar de gravidez tendencialmente mais saudável, permitindo o espaço necessário para que todas as famílias possam expressar as suas dúvidas, os seus anseios e as suas perspetivas, sem se sentirem permanentemente julgadas e pressionadas socialmente.
Um artigo das psicólogas clínicas Cátia Lopo e Sara Almeida, da Escola do Sentir.
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