“Ninguém é contra o vinho, acho que todo mundo gosta de um copo de vinho. O Plano de Combate ao Cancro trata do consumo nocivo de álcool, que é uma preocupação de saúde pública”, sublinhou Stefan De Keersmaecker, em declarações aos jornalistas sobre a rotulagem de bebidas alcoólicas com avisos de saúde.
Este plano da UE, recordou o porta-voz, prevê uma redução do consumo nocivo de álcool “em pelo menos 10 por cento até 2025”.
O ministro da Agricultura italiano, Francesco Lollobrigida, condenou recentemente a decisão da Irlanda de incluir em todas as garrafas de bebidas alcoólicas uma etiqueta que alerte que o seu consumo é “nocivo para a saúde”.
“Apoiaremos em todos os sentidos não só ações de defesa contra a agressão de rótulos mentirosos, mas também faremos todas as ações promocionais para explicar a todos os níveis quais são os benefícios da dieta mediterrânica, na sua complexidade, e dos produtos da nossa nação”, sublinhou Francesco Lollobrigida.
O ministro italiano acrescentou que a Itália tomará medidas legais “para reivindicar o direito de não apenas de promover o vinho, mas também de impedir que algumas nações o estigmatizem com rótulos enganosos”.
Esta medida, a ser introduzida antes das projetadas pela União Europeia (UE), visa garrafas de vinho, cerveja e bebidas destiladas, e gerou receio na indústria multimilionária do vinho italiano.
A Itália revelou que irá apelar à CE, pedindo o envolvimento da Organização Mundial do Comércio, contra a introdução dos rótulos, que alertam que o álcool prejudica o fígado e está associado ao cancro.
Também o Governo português contestou na semana passada o regulamento da Irlanda sobre a rotulagem de bebidas alcoólicas, defendendo que “não estão em conformidade” com o regulamento europeu, que define regras harmonizadas de rotulagem de produtos alimentares.
“Portugal foi um dos Estados-membros da União Europeia que contestou a proposta de regulamento irlandês, por considerar que o projeto prevê a introdução de restrições à colocação, no mercado irlandês, de bebidas alcoólicas provenientes de outros Estados-membros, através da imposição de novos requisitos de rótulos destes produtos”, indicou na sexta-feira o Ministério da Economia e do Mar, em resposta à Lusa.
De acordo com os dados do executivo, em 2021, as exportações portuguesas de vinho para a Irlanda fixaram-se em 6,3 milhões de euros, um aumento de 39,5% face ao ano anterior.
A Irlanda é o 23.º cliente de vinhos portugueses a nível global e o 12.º a nível comunitário.
As advertências irlandesas semelhantes às usadas nos cigarros foram tacitamente aprovadas depois da CE não ter conseguido bloqueá-las.
O ministro dos Negócios Estrangeiros italiano, Antonio Tajani, também vice-primeiro-ministro, encontrou-se na segunda-feira com o homólogo irlandês, Micheál Martin, concordando em estabelecer negociações sobre este tema.
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