Todos sabemos que é fundamental desligar do trabalho e de outras responsabilidades habituais para gozar de uns dias de férias. Apesar de ser um período do ano, ainda, subestimado por muitas pessoas, revela-se como uma extraordinária oportunidade de nos afastarmos de fatores desencadeadores de ansiedade, stress, fadiga psicológica e/ou física que habitualmente decorrem do contexto laboral, da vida académica e do quotidiano.
Os resultados de vários estudos científicos têm mostrado que as férias oferecem efeitos positivos na saúde mental e física, contribuindo para o bem-estar geral de quem se afasta da agitação e das responsabilidades do trabalho, do ano escolar e da correria diária.
Durante o ano vivemos num constante estado de alerta, mobilizados para responder com prontidão, responsabilidade e eficiência à multiplicidade de compromissos e inúmeras solicitações inerentes aos vários papeis que cada um de nós desempenha em diferentes circunstâncias e momentos. Este estado de mobilização facilita a ativação mental e física necessária à realização de tarefas.
A atenção, concentração ou a motivação são exemplos das capacidades cognitivas que podem melhorar quando são solicitadas a atuar. Paradoxalmente, este registo de funcionamento continuado e prolongado, pode acarretar efeitos nefastos para a saúde mental e física, pela sobrecarga que representa, em si mesmo, o estado de alerta sucessivo. O bem-estar psicológico e físico pode, assim, ficar comprometido e dar lugar ao surgimento de doenças do foro mental e/ou físico.
Ir de férias pode ser uma nova oportunidade
As vantagens de privilegiarmos períodos de pausa no trabalho ou no quotidiano são indiscutivelmente transversais ao bem-estar e à satisfação com a vida e com melhor saúde.
Neste âmbito, igual contributo pode aportar às relações conjugais e/ou familiares, estreitando os laços afetivos, dando lugar à comunicação (tantas vezes ausente ou desadequada) ou criando espaço para brincadeiras ou quaisquer outros momentos de lazer em conjunto. O aumento da motivação, qualidade do desempenho laboral e/ou académico têm sido, igualmente, observáveis nas pessoas que usufruem de períodos de férias. Os pensamentos tendem a ser mais construtivos, organizados e tranquilos.
De modo geral, as emoções negativas esbatem-se, dando lugar a estados emocionais mais felizes, geradores de satisfação pessoal, com os outros e com a vida. Os estados de stress, ansiedade, irritabilidade e fadiga, entre outros, associados aos estilos de vida onde a pressão e a sobrecarga são aspetos indissociáveis do trabalho e da vivência familiar, são atenuados, melhorados ou mesmo inexistentes durante as férias e, em muitos casos, no período subsequente.
A redução ou ausência destas condições é sinónimo de tempo de qualidade, reforça o sistema imunitário e contribui para maior resiliência face aos desafios do dia-a-dia.
Depois deste refresh sobre a importância das férias… É tempo de férias!
Um artigo da psicóloga clínica Lina Raimundo, da MIND | Psicologia Clínica e Forense.
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